domingo, 25 de dezembro de 2011

Catequese 5: Natal - Relação e Partilha

A última sessão antes das férias de Natal, concentrou-se no tema do Natal.
Vimos que a palavra "diálogo" vem do grego e é composto por "diá" que quer dizer "através de" e por "logos" que quer dizer "palavra". "Diálogo" é a troca de palavras, para, através delas, nos relacionarmos, transmitindo o que cada palavra significa e exprima.
A seguir, percebemos que Jesus é a Palavra de Deus feita carne. "Palavra" em latim é "verbo" e em grego é "logos".
Lemos um conto de Miguel Torga sobre o Natal que aqui reproduzo:

 
De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis para se aproximar da terra. A necessidade levara-o longe de mais. Pedir é um triste oficio, e pedir em Lourosa, pior. Ninguém dá. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser… Por isso, que remédio senão alargar os horizontes e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padre-nosso. Sim, rezava quando batia a qualquer porta. Gostavam… Lá se tinha fé na oração, isso é outra conversa.
E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas, se o mundo fosse doutra maneira. Muito embora trouxesse dez réis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Podia ter ficado em Loivos, mas quê! Metera-se-lhe na cabeça consoar à manjedoura nativa… E a verdade é que nem casa nem família o esperavam. Todo o calor seria do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso era melhor, sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas. O problema era lá chegar, a serra nunca mais acabava e setenta e cinco anos, parecendo que não é um grande carrego. Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando deu por ela passava das quatro. E, como anoitecia cedo, não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra parecia coisa ligeira, mas se pegasse a valer?
E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa … Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama!
Com patorras de elefante e branco como um moleiro, chegou ao adro de ermida. Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada.
Vá lá! De mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida… Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora, o diabo era arranjar lenha. Saiu, apanhou um braçado de carqueja, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas. Tentou mais três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos, é que não. Lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel. Encontrou e agradecido ao Céu por aquela ajuda, olhou para o altar. Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe.
Boas festas! – desejou-lhe então, a sorrir também.
Contente, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, mas paciência. Na altura da romaria que arranjassem um novo. Daí a pouco a madeira seca ardia que regalava.
Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha da algibeira, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra, e sentou-se. Mas, antes da primeira dentada, a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou à entrada da capela.
- É servida?
A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também. Diante daquele acolhimento, o Garrinchas não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para perto da fogueira.
- Consoamos aqui os três. A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José.

Conto de Miguel Torga, adaptado

Escutamos de seguida a palavra de Deus que fala do Natal através do Evangelho segundo São João:

1No princípio existia o Verbo;
o Verbo estava em Deus;
e o Verbo era Deus.
2No princípio Ele estava em Deus.
3Por Ele é que tudo começou a existir;
e sem Ele nada veio à existência.
[...]
9O Verbo era a Luz verdadeira,
que, ao vir ao mundo,
a todo o homem ilumina.
10Ele estava no mundo
e por Ele o mundo veio à existência,
mas o mundo não o reconheceu.
11Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam.
12Mas, a quantos o receberam,
aos que nele crêem,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
13Estes não nasceram de laços de sangue,
nem de um impulso da carne,
nem da vontade de um homem,
mas sim de Deus.
14E o Verbo fez-se homem
e veio habitar connosco.
E nós contemplámos a sua glória,
a glória que possui como Filho Unigénito do Pai,
cheio de graça e de verdade.
 
Ao analisar este evangelho, concluímos que quando estamos a ouvir Jesus, estamos ao mesmo tempo a ouvir Deus, pois são inseparáveis. E mesmo antes de Jesus nascer, este já estava em Deus. 
Observamos que há pessoas que rejeitam Jesus, e ao rejeitar Jesus, estão a rejeitar Deus. O resultado desta rejeição são as guerras, a destruição e a morte. No entanto, o texto diz que há pessoas que acolhem Deus e estes tornam-se "filhos de Deus". São pessoas que vivem de Deus pela sua fé.
Por fim, vimos que Deus é tão nosso amigo que a sua Palavra se tornou visível, audível e palpável através de Jesus e se tivermos fé, este amor divino apodera-se de nós e faz-nos felizes.
Depois de termos analisado os textos sobre o Natal concluímos que o Natal celebra o seguinte: Deus ama-nos de tal forma que continua a vir ao nosso encontro.
Por fim, cada um reflectiu sobre o que pode fazer para que o amor de Deus, encarnado em Jesus, se manifesta na nossa vida. No que me diz respeito, quero amar, ou pelo menos tentar amar todas as pessoas, mesmo as que rejeitam o meu amor, a minha dedicação.
 
Desejo-vos um santo e feliz Natal!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Catequese 4 - Jesus, Salvador da Humanidade

Hoje estivemos a falar sobre o diálogo inter-religioso, ou seja, o diálogo com pessoas de outras religiões. Cada grupo apresentou uma religião não cristã: Hinduismo, Budismo, Judaísmo e Islamismo.
Deixo-vos aqui uma apresentação sobre estas religiões feita a partir dos livros "Deus tem mais que um nome" da Paulus: Diálogo inter-religioso
Vimos em seguida que o que é semelhante entre elas, é a fé no Transcendente. A diferença encontra-se na sua definição.
Também aprendemos que há duas categorias de religiões:
a) religiões monoteístas:
  • Judaísmo
  • Cristianismo
  • Islamismo
b) religiões politeístas
  • Hinduísmo
  • Budismo
Em seguida, reflectimos sobre se é bom ou mau haver diferentes religiões e concluímos que é bom, pois o ser humano tem a necessidade de procurar e dar sentido à vida. Só é mau quando os homens não se respeitam e chegam ao extremo fanatismo religioso.
Lemos depois o evangelho segundo São João (10, 14-16):
 14Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, 15assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. 
 A partir desta leitura, concluímos que Jesus conhece todo o ser humano, até os que não fazem parte "deste redil", ou seja, os das outras crenças, e que precisa de anunciar a Palavra de Deus para que haja "só um rebanho", isto é, que todo o ser humano tenha fé no Pai de Jesus, Deus. Concluímos, portanto, que o diálogo inter-religioso está inserido na mensagem cristã e que é tarefa de cada cristão.
Reza-mos em seguida o "Decálogo de Assis para a Paz", encontro inter-religioso promovido pelo Papa João Paulo II e realizado em 2002.
Por fim, reflectimos sobre como podemos concretizar esse diálogo com crentes de outras religiões.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Catequese 3 - Recebeste, dá!

Nesta catequese estivemos a ler uma pequena história intitulada "Uma cidade perfeita" que aqui deixo.

Uma cidade perfeita

Chegamos à conclusão que, por um lado, somos diferentes, porque cada um é um ser único, e por outro lado, somos todos iguais, pois fomos criado à imagem e semelhança de Deus.

Vimos que no nosso meio podemos encontrar algumas situações de marginalização/exclusão, como por exemplo quando excluímos colegas por serem diferentes de nós mesmos.

Em seguida, descobrimos que Jesus também viveu situações de rejeição pelas pessoas do seu tempo, por exemplo quando combateu e eliminou as divisões e rejeições que existiam (mulher cananeia, leprosos, mulher samaritana, centurião, ...).

Ao ler o evangelho sobre o caso do centurião, chegamos à conclusão que Jesus não exclui ninguém, principalmente os excluídos, pois são estes que precisam mais de Deus.

Então, que atitudes se deve tomar perante pessoas diferentes de nós?
Vimos que devemos acolher todos os homens e dar cumprimentos ao mandamento "Amai os vosso inimigos".

domingo, 27 de novembro de 2011

1º Domingo do Advento

Breve história de "Advento"
«A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita e se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha carácter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de São Martinho). Este carácter ascético para a preparação do Natal devia-se à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.»

Liturgia do dia: Mc 13, 33-37

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!».


Significado de "vigiar":
- «[...] escutar o que o coração nos dita, os movimentos que descobrimos nele, a sensibilidade que experimentamos a cada momento, a atracção que sentes pois coisas que antes eram diferentes.
- [...] passar pela vida e escutar as batidas do seu coração, dos homens e mulheres que estão ao teu lado, dos acontecimentos de todos os dias.
- [...] descobrir que há coisas que te fazem pensar, te mobilizam, te fazem aproximar delas [...].
- [...] admitir que algo de novo te pode acontecer e que o futuro não está fechado para ti.
- [...] acreditar que em qualquer altura, qualquer que seja a tua idade, deus te pode sussurrar a sua presença e a sua proximidade.
- [...] confiar que, quando perguntamos a nós mesmos "onde está Deus?", é só porque os nossos olhos não são capazes de descobrir que deus está ali mesmo, no próprio local onde nos interrogamos sobre o sue paradeiro.»

Por isso, o lema desta semana é:
«Abre os teus olhos»

sábado, 19 de novembro de 2011

Catequese 2 - Eu e a criação

Nas últimas duas sessões estivemos a reflectir sobre a natureza e a sua relação com Deus. Primeiramente, visualizamos um pequeno filme, intitulado "Deus, o homem e a natureza", em nos foi a presentado inúmeras imagens lindas da natureza e em seguida, imagens de como nós alteramos, destruímos e transformamos tudo o que nos rodeia, sem nos preocuparmos sobre os efeitos futuros dos nosso atos.

 in: youtube

Através de um cânticos vimos que quem criou o mundo foi Deus. É Ele o criador de tudo o que nos rodeia, no entanto, estamos a destruir esta criação. Na segunda sessão então interpretamos um texto do livro da Sabedoria (Sb 13, 1-9) para concluirmos que pela natureza podemos chegar a Deus. Vimos que S. Francisco de Assis conheceu Deus através da contemplação da natureza. Então, o que cada um pode fazer para parar a destruição da natureza?
Deixo-vos aqui uma oração:

Cântico do irmão Sol (ou Cântico das Criaturas)

Altíssimo, onipotente e bom Deus,
Teus são o louvor, a glória, a honra
e toda benção.

Só a Ti, Altíssimo, são devidos,
e homem algum é digno
de Te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol,
que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.

Ele é belo e radiante,
com grande esplendor
de Ti, Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas meu senhor,
pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras,
preciosas e belas.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina,
ou sereno e de todo tempo
pelo qual as Tuas criaturas dais sustento.

Louvado sejas meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde
e preciosa e casta.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
e ele é belo e jucundo
e vigoroso e forte.

Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.

Louvado sejas meu Senhor,
pelos que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.

Bem aventurados os que sustentam a paz,
que por Ti, Altíssimo serão coroados.

Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
conforme à Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor,
e daí lhes graças
e servi-O com grande humildade.

Amém.


(São Francisco de Assis)

domingo, 13 de novembro de 2011

E tu? Que fazes com os teus dons? Se os enterras eles não se poderão multiplicar...

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: `Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei'. O patrão disse-lhe: `Muito bem, servo bom e fiel! como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!' Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: `Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei'. O patrão disse-lhe: `Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!' Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: `Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence'. O patrão respondeu-lhe:  `Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? Então devias ter depositado o meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence.' Em seguida, o patrão ordenou: `Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!' - Mt 25,14-30.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A relação entre a natureza, o homem e Deus

Na próxima sessão iremos falar sobre a importância da natureza... Para tal gostaria que se informassem sobre os problemas que o mundo está a enfrentar relativamente à natureza e qual a relação de Deus com a natureza.
O vídeo que aqui coloco demonstra muito bem esta relação e dá de pensar...

domingo, 30 de outubro de 2011

Catequese 1 - Sem diálogo não há relação

Na primeira sessão desta catequese, chegamos à conclusão que dialogar às vezes é difícil de concretizar, pois existem várias dificuldades como de expressão, de clareza, de capacidade de escuta e de respeito.

A história dos dois pássaros demonstrou claramente que a comunicação nem sempre funciona, pois estamos em perspectivas diferentes e não conseguimos ver a perspectiva do outro. É frequente que nós não nos conseguimos por no lugar do outro para compreender a sua perspectiva das coisas. A isto chamamos respeito pelo outro.

Na segunda sessão analisamos um dos diálogos de Jesus (Mc 10, 17-22):

Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.





Nesta passagem do Evangelho podemos ver que Jesus se interessa pelo jovem e entra em diálogo com ele, confrontando-o com a lei de Moisés, os mandamentos relativos ao próximo. Além disso, é visível a sua ternura pelo jovem pelo olhar de afeição. É aqui que Jesus lhe faz o convite radical: amar a Deus sobre todas as coisas. No entanto, o jovem não percebe que para receber a vida eterna ele não deve amar as matérias terrestres, mas sim Deus, o salvador. Mas Jesus respeita a liberdade de dizer não.
Resumindo, Jesus mostra neste diálogo que o fundamento, a origem do verdadeiro diálogo é Deus.

Muitos santos, pessoas que eram oriundas de um estrado social alto, como Santo Antão entre outros, foram capazes de renunciar às coisas terrestres para serem seguidores de Jesus através do diálogo com os outros pela partilha da palavra e de toda a vida.

O diálogo com Deus, pela oração, é fundamental para nos podermos abrir aos outros.

Terminamos esta catequese com os "10 mandamentos do diálogo" e comprometemo-nos de os seguir nesta próxima semana, como também em toda a nossa vida.

DIALOGAR É PRECISO, MAS É FUNDAMENTAL SABER FAZÊ-LO.